Enquanto percorre os próprios hiatos, tinha o coração às avessas. Carrega contínuos naufrágios, deveria fazer estadia aos renascimentos; cada vez que o olhar escravizava-se nas relutâncias e empoeiradas páginas de si. À espera de cenários capazes de esgarçar o infinito de quem desaprendia o encaixe das peças. O móbile da entrada era sempre o mesmo, desejou desarmar-se, ser outra que não ela para aceitar abismos tantos.
Tornava-se inflexível a perder tudo, queria aprovações; brisas, céus, queria ser mar. Punia-se por ser de menos, martirizava-se demais. Tudo insistentemente desacontecia. À espreita das margens, a poesia dilata as bordas de quem está a aprender com peito exposto, sem interferências; aquilo que dá aconchego à alma, seu verdadeiro pertencimento – o amor-próprio.
Espera-nos aceitar melhor os caminhos, percepções estas que nos revelam a sutileza das libertações. Seguir o fluxo adiante pode vir-a-ser o milagre a reinaugurar novas esperanças. Uma versão inteira de nós que nos convoca uma oculta força do tamanho que se é; até maior que nossas próprias asas.
(Fernanda Fraga, 28 de Agosto, 2016)
*Inspirado em um papo com a poeta Clara Baccarin, sobre reflexões de seu texto – “Você já sentiu tendo que passar no vestibular do amor?” segue o link: Clara- Baccarin – “Você já se sentiu tendo que passar no vestibular do amor?”
*Imagem Google, não encontrei autoria da imagem.
Ai que saudade de ler-te!
Está escrevendo tão lindo quanto antes…
Um abraço… ❤
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Que saudade de você também querida poeta. ❤
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❤ ❤
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Fernandinha,
Hoje caí no teu antigo blog e cheguei até aqui. Vim uma vez apenas, tinha me perdido. Que alegria ver que você ainda escreve. Que bom poder te ler novamente!
Um beijo meu,
Jaya.
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Surpresa linda você novamente por aqui. Estou postando por aqui nesse outro. Não escrevo tanto como antes, mas sempre que a inspiração me vem procuro deixar no papel. Volte mais vezes! Um beijo,
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